Artigo: Gente e Gestão

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Segundo autores como Antunes e Arias (2023), em seu livro intitulado “Icebergs à Deriva”, o trabalho para o capital financeiro significa apenas uma coisa: custo. Para contornar esse “problema”, os empregadores cada vez mais buscam aumentar as jornadas de trabalho, seja procurando “perfis inovadores e disruptivos” ou utilizando as novas tecnologias de informação e comunicação para tal.

Desemprego para alguns e jornadas extenuantes para outros. Nesse cenário emergem figuras como a do coaching, que busca minimizar o mal-estar da civilização, animando “espiritualmente” as pessoas e recuperando a autoestima daqueles que se encontram entre a cruz e a espada: desemprego ou trabalho precário.

No mesmo contexto, os altos escalões das empresas aderem aos novos termos, trazendo à tona a “gestão de pessoas”, substituindo os recursos humanos. O objetivo da gestão de pessoas é reduzir ao máximo a quantidade de pessoas empregadas na empresa ou “liofilizar” o trabalho vivo, como referido pelos autores. Diante disso, não se pode esperar tratamento humano para algo que tenta reduzir a humanidade das empresas.

A consequência desse processo para os trabalhadores, com a redução de direitos, assédio moral e perseguição, é o adoecimento físico e mental, exemplificado pela depressão, ansiedade, mortes e suicídios.