Eletricitários decidem iniciar greve em Goiás a partir de sexta (6/9)

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Sem acordo na segunda audiência com empresas prestadoras de serviço para a Equatorial, realizada nesta quarta-feira (4/9) no TRT-GO, os trabalhadores terceirizados que atuam na rede de energia elétrica em Goiás vão paralisar as atividades a partir da zero hora de sexta-feira (6/9). Durante a audiência, presidida pelo vice-presidente do TRT, desembargador Eugênio Cesário, os sindicatos patronal e profissional não chegaram a um consenso sobre os termos do reajuste proposto pelo TRT na primeira reunião, realizada na segunda-feira (2/9).

Os eletricitários pediam, inicialmente, reajuste salarial de 35%, aumento do vale-alimentação e melhoria das condições de trabalho. O TRT propôs 15% de reajuste e vale-alimentação de R$ 50,00. Na manhã desta quarta-feira (4/9), as empresas ofereceram 3,69% de aumento e ticket alimentação de 35,00.

Para o desembargador Eugênio Cesário, “é necessário valorizar a categoria dos trabalhadores, não sendo possível admitir a depreciação remuneratória, mesmo em se tratando de terceirizados”. Ele explicou que, na ausência de acordo, o processo será submetido ao Tribunal Pleno para decidir sobre o impasse. “Seria uma sentença normativa no lugar de uma convenção coletiva de trabalho”, explicou.

Já o presidente do Sindtelgo (Sindicato dos Trabalhadores na Construção e Manutenção de Rede e Distribuição de Energia Elétrica no Estado de Goiás), Dione Oliveira, afirmou que a luta é para trazer um pouco de dignidade aos eletricitários. “Não temos mais condições de rifar a vida dos trabalhadores. Perdemos cinco nos últimos 90 dias”.

A advogada do Sindienergias-GO (Sindicato da Indústria da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica no Estado de Goiás), Valéria Pelá, invocou a lei de mercado e informou que o piso praticado em Goiás é 21% maior do que nos outros estados, subindo a diferença para 28% com o reajuste oferecido.

Greve

Durante a audiência, ficou acertado que o movimento grevista irá dispor de 50% de pessoal para as atividades essenciais, sem prejuízo de que, em caso de necessidade, esse percentual seja reforçado em situações de emergência que não possam ser atendidas com o percentual acima. Para as atividades não essenciais, de leitura, corte, ligação nova e construção de rede, a paralisação será de 100%.

O TRT ainda determinou, a pedido das empresas, que os grevistas respeitem o direito de ir e vir dos trabalhadores que não queiram aderir à greve e que não realizem qualquer ato que importe risco à integridade física de pessoas, ou ao patrimônio das empresas.

“Defino o percentual de 50% para salvaguardar os interesses da sociedade. Mas também levo em conta que, a mais que isso, é esvaziar o movimento legítimo e sofrido da categoria trabalhadora e, assim, deixando de fazer qualquer pressão sobre os seus empregadores”, concluiu o vice-presidente.

O dissídio coletivo de greve foi proposto pela empresa Dínamo Engenharia Ltda contra o sindicato que representa os trabalhadores – Sindtelgo. A audiência de conciliação, no entanto, abrange também outros quatro processos protocolados por mais três empresas (Elcop Engenharia Ltda, Control Construções S.A. e PSE Projetos e Serviços de Engenharia Ltda) e a entidade patronal, o Sindienergias-GO.

Nova tentativa de acordo

Nova audiência de conciliação foi agendada para a próxima terça-feira (10/9), às 10 horas, no Centro de Negociação Coletiva da Vice-Presidência. Além dos representantes dos sindicatos patronal e profissional, o TRT vai intimar a Equatorial Goiás Distribuidora de Energia para participar da negociação. Todas as quatro empresas prestam serviço para a Equatorial em Goiás.

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